Crenças à parte, creio que este é um dos melhores sonetos qua alguma vez li. Sim, eu gosto particularmente de sonetos, penso que fruto de uma espécie de herança "genético-cultural" (?).
E não é que até parece fácil ser genial?;)
Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Amén.
Natália Correia
Wednesday, June 15, 2011
Saturday, April 16, 2011
Less is more
LESS IS MORE é uma máxima famosa de Mies van der Rohe, um dos grandes nomes do movimento BAUHAUS, no final dos anos 20.
Estava assim descrita na exposição da TRIENNALE em Milão há uns dias:
"Less is more" in an ode to simplicity, to profundity, and to a quest for the true essence of things."
P.S: Gostava de publicar aqui algumas fotos da Design Week - Feira do Móvel em Milão, mas não me é possível, devido a problemas técnicos... Fica para mais tarde.
Banda sonora deste post:
http://www.youtube.com/watch?v=I9cwz12wKD0 (Scout Niblett, Kiss)
Estava assim descrita na exposição da TRIENNALE em Milão há uns dias:
"Less is more" in an ode to simplicity, to profundity, and to a quest for the true essence of things."
P.S: Gostava de publicar aqui algumas fotos da Design Week - Feira do Móvel em Milão, mas não me é possível, devido a problemas técnicos... Fica para mais tarde.
Banda sonora deste post:
http://www.youtube.com/watch?v=I9cwz12wKD0 (Scout Niblett, Kiss)
Tuesday, March 22, 2011
ainda sobre a saudade...
Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
caminhando...
Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me louco
Podem gozar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de si mesmo.
Augusto Cury – O Vendedor de Sonhos
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me louco
Podem gozar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de si mesmo.
Augusto Cury – O Vendedor de Sonhos
Sunday, March 20, 2011
Poesia popular ou erudita?
O conceito de Nação
crioula ou outra qualquer
Cria no povo a ilusão
de paternal protecção
sem a questionar sequer
E este tempo global
Sem limites ou fronteiras
Torna a existência infernal
Num imenso carnaval
fruto de muitas asneiras
Mas nem tudo está perdido
Neste dito Mundo Novo
Se agirmos com sentido
Com um plano bem urdido
Daremos um rumo ao Povo
F. Vale
crioula ou outra qualquer
Cria no povo a ilusão
de paternal protecção
sem a questionar sequer
E este tempo global
Sem limites ou fronteiras
Torna a existência infernal
Num imenso carnaval
fruto de muitas asneiras
Mas nem tudo está perdido
Neste dito Mundo Novo
Se agirmos com sentido
Com um plano bem urdido
Daremos um rumo ao Povo
F. Vale
A lâmpada de Aladino
O título deste blog é um livro de Luis Sepúlveda que comprei há uns dias. Trata-se de um livro de contos, ao estilo próprio do autor, do qual deixo aqui algumas das partes que mais gostei.
“Na Amazónia aprendi que o furacão se pressente na pele e nos ossos.
-“…escrever, por exemplo, a noite está estrelada e tiritam, azuis, os astros lá ao longe”…
O furacão instalou-se com fúria sob a pele e entre os meus ossos.
Os olhos dela fixos nos meus pareciam uma segunda leitura dos versos de Neruda. Uma leitura de mulher: não ouvia o que eu dizia, mas o que sentia”
-“…O vento da noite gira à volta do céu e canta”…
(...)
“- As mãos são a única parte do corpo que não mente. Calor, suor, tremor e força. Essa é a linguagem das mãos – disse sem afastar os olhos das aves.
Abri-lhe os dedos e fi-los entrelaçarem-se nos meus. Senti o seu calor, suor, tremor e força.”
Conto “A ILHA”
"Dizem que era um libanês de barba cerrada e preta, que apareceu um dia carregando um misterioso fardo do qual ninguém podia aproximar-se e muito menos tocar, e um barril de azougue.
“Comportas-te como um mágico e não passas de um fabricante de espelhos”, disse-lhe alguém ao descobrir que o embrulho continha lâminas de vidro protegidas por jornais velhos.
“Sim, mas nos meus espelhos vê-se a parte boa das pessoas”, respondeu o libanês."
Conto "Hotel Z"
“Conversaram, lembraram-se de muitas coisas bonitas e esqueceram outras que mereciam ser esquecidas, porque a vida é assim. (…) O velho e o cão iam contentes, porque a vida é assim. (…) E, uma vez mais, naquela cabana de troncos trazidos de longuinquas cordilheiras se acendia a pequena chama do candeeiro da fortuna, porque a vida é assim.”
Conto “A CHAMA OBSTINADA DA SORTE”
E das músicas que inspiraram este post:
http://www.youtube.com/watch?v=g81NXjYmmHM - Moto Boy "Ride my wild heart"
http://www.youtube.com/watch?v=bjjc59FgUpg - Cinematic Orchestra – "To build a home"
“Na Amazónia aprendi que o furacão se pressente na pele e nos ossos.
-“…escrever, por exemplo, a noite está estrelada e tiritam, azuis, os astros lá ao longe”…
O furacão instalou-se com fúria sob a pele e entre os meus ossos.
Os olhos dela fixos nos meus pareciam uma segunda leitura dos versos de Neruda. Uma leitura de mulher: não ouvia o que eu dizia, mas o que sentia”
-“…O vento da noite gira à volta do céu e canta”…
(...)
“- As mãos são a única parte do corpo que não mente. Calor, suor, tremor e força. Essa é a linguagem das mãos – disse sem afastar os olhos das aves.
Abri-lhe os dedos e fi-los entrelaçarem-se nos meus. Senti o seu calor, suor, tremor e força.”
Conto “A ILHA”
"Dizem que era um libanês de barba cerrada e preta, que apareceu um dia carregando um misterioso fardo do qual ninguém podia aproximar-se e muito menos tocar, e um barril de azougue.
“Comportas-te como um mágico e não passas de um fabricante de espelhos”, disse-lhe alguém ao descobrir que o embrulho continha lâminas de vidro protegidas por jornais velhos.
“Sim, mas nos meus espelhos vê-se a parte boa das pessoas”, respondeu o libanês."
Conto "Hotel Z"
“Conversaram, lembraram-se de muitas coisas bonitas e esqueceram outras que mereciam ser esquecidas, porque a vida é assim. (…) O velho e o cão iam contentes, porque a vida é assim. (…) E, uma vez mais, naquela cabana de troncos trazidos de longuinquas cordilheiras se acendia a pequena chama do candeeiro da fortuna, porque a vida é assim.”
Conto “A CHAMA OBSTINADA DA SORTE”
E das músicas que inspiraram este post:
http://www.youtube.com/watch?v=g81NXjYmmHM - Moto Boy "Ride my wild heart"
http://www.youtube.com/watch?v=bjjc59FgUpg - Cinematic Orchestra – "To build a home"
Feliz dia do pai
Para o meu, a escolha foi fácil, porque não podería ser outra: o último livro de José Saramago - "As intermitências da morte", acompanhado de uma dedicatória, também ela algo intemitente.
19.03.11
Sobre a morte não sabemos nada. Ou muito pouco. Apenas que é o fim da existência física.
Sobre a vida…temos o poder e a responsabilidade solitária de decidir o que fazer com ela. É essa liberdade de pensamento (ou “livre arbítrio”, como lhe têm chamado alguns filósofos…) que nos difere uns dos outros e dos ditos animais irracionais.
Porque a vida é muito mais “como a vemos” do que a realidade em si própria, então porque é que não escolhemos sempre “ver a vida feliz” e nos deixamos de intermitências?...
P.S: Saramago sempre surpreendente nas dedicatórias dos livros a Pilar (ser-se simples e genial, até parece fácil...),curtíssimas, mas de uma intensidade arrebatadora:
"A Pilar, como se dissesse água"
"A Pilar, minha casa"
"A Pilar, os dias todos"
19.03.11
Sobre a morte não sabemos nada. Ou muito pouco. Apenas que é o fim da existência física.
Sobre a vida…temos o poder e a responsabilidade solitária de decidir o que fazer com ela. É essa liberdade de pensamento (ou “livre arbítrio”, como lhe têm chamado alguns filósofos…) que nos difere uns dos outros e dos ditos animais irracionais.
Porque a vida é muito mais “como a vemos” do que a realidade em si própria, então porque é que não escolhemos sempre “ver a vida feliz” e nos deixamos de intermitências?...
P.S: Saramago sempre surpreendente nas dedicatórias dos livros a Pilar (ser-se simples e genial, até parece fácil...),curtíssimas, mas de uma intensidade arrebatadora:
"A Pilar, como se dissesse água"
"A Pilar, minha casa"
"A Pilar, os dias todos"
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