Thursday, January 27, 2011

evitemos a morte em doses suaves...

"Quem morre?

Morre lentamentequem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamentequem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja,quem não lê,quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maiorque o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."

Pablo Neruda

about cork


Abaixo alguns dos muitos sites sobre cortiça:

Wednesday, January 26, 2011

Da saudade...

Foram já muitos os que se escreveram sobre este tema, que tentaram definir esta palavra tão nossa, às vezes de dificil compreensão e sobretudo de expressão.

Esta é uma das minhas favoritas:

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
Clarice Lispector


Hoje tive saudades dos meus tempos da Universidade em Braga...
Abaixo uma música que marcou esse periodo,entre muitas outras...;)- Morcheeba - Howling
http://www.youtube.com/watch?v=7EDbZ2E5Xx0

Tuesday, January 25, 2011

"Aren't we all special in a way?"


O título deste post é a pergunta retórica com que terminou hoje uma conversa minha com uma pessoa que me falou da sua filha "especial" (ou com as ditas "necessidades especiais") e me fez lembrar de um filme, também ele especial, e que retrata a "diferença" de uma forma particularmente especial- Forrest Gump.



Acima uma "foto especial" - about small special things in Nature)- tirada na Praia de S. Jacinto (Aveiro 2009)

Thursday, January 20, 2011

Das horas felizes...


Há horas felizes... e essas, sim, vale sempre a pena recordar.

Fotos tiradas por Inês d'Orey

"Relatório de Leitura" - Caim

Saramago afirma que a história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende nem nós o entendemos a ele.
Dizem os sensatos que a verdade/razão nunca está toda do mesmo lado, ou... "there's two sides to every coin"!

"(...) Como tu foste livre para deixar que eu matasse Abel, quando estava na tua mão evitá-lo, bastaria que por um momento abandonasses a soberba da infalibilidade que partilhas com outros deuses, bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso, que aceitasses a minha oferenda com humildade, só porque não deverias atrever-te a recusá-la, os deuses, e tu como todos os outros, têm dever para com aqueles que dizem ter criado. (...)"

Também gosto de alguns apontamentos de humor sarcástico ao longo do livro.

"(...) Naquele exacto momento, em meio de um trovão ensurdecedor e dos correspondentes relâmpagos pirotécnicos, o senhor manifestou-se. Vinha de fato de trabalho, sem os luxos vestimentários com que reduzia à obediência imediata aqueles a quem pretendia impressionar sem ter de recorrer à dialéctica divina. (...)"

Aconselho a leitura a todos, independentemente de credos e crenças!

Sunday, January 16, 2011

A Luz e a Sombra

O titulo deste post dá nome a um livro que ando a ler.
Existe muita balela nos chamados livros de auto-ajuda ou também classificados como desenvolvimento pessoal, é verdade; mas é igualmente certo, em minha opinião, que também existe muita informação que faz sentido e que nos pode ser útil. Claro que isto depende sempre da perspectiva de quem lê e de como interpreta o que lê.

Nunca consigo ler um livro deste género de uma assentada só, leio sempre em paralelo entre um romance ou um ensaio, whaterever!... Gosto de ir lendo um bocado aqui e outro ali, não necessariamente pela ordem que está escrito, e ir sublinhando algumas frases (que depois vou relendo aleatoriamente...manias;)

Ainda só vou na 1ª parte, escrita por Deepak Chopra (porque este livro tem 3 partes, cada uma escrita por autores diferentes), que, segundo o autor, "nos dá uma perspectiva global da nossa natureza dualista", entre a Luz e a Sombra.

A Sombra, descrita por Jung (o mais conhecido depois de Freud!), é um "parceiro para treinar boxe"; é o oponente dentro de nós que expõe as nossas falhas e aguça as nossas capacidades. Este livro apresenta a SOMBRA (ou o lado lunar, como lhe chamou Rui Veloso), não como um inimigo ou um problema que tem que ser resolvido, mas como um "campo fértil a ser cultivado".
"Quando enterramos as mãos em seu solo rico, descobrimos as sementes de quem mais desejamos ser"

Fica abaixo um excerto de uma passagem escrita por Chopra, intitulada "Passo 2: Soltar-se e Largar"

(...) a negatividade é pegajosa. Ela agarra-se a nós como nós nos agarramos a ela. Esta aderência é um mecanismo de sobrevivência. Os sentimentos acham-se no direito de existir. Tal como nós, as emoções justificam a sua existência. Elas propõem razões; constroem uma história convincente.
Porém, apesar de tudo isto, podemos largar a negatividade sabendo como proceder. O processo começa pelo reconhecimento dos nossos sentimentos, por mais indesejados que sejam, e trazendo-os à superfície." (...)