Friday, December 31, 2010

Ano Novo - Esperança Nova

Quando acaba um ano, há sempre uma esperança renovada em algo que supostamente o novo ano nos trará. Como se porque um ciclo chega ao fim, isso signifique que algo melhor virá a seguir...será?!

A todos os que me "visitam" neste blog, desejo um óptimo e esperançado 2011!
E para finalizar os posts de 2010, fica abaixo um dos meus poemas favoritos de Alexandre O'Neill. Ainda bem que existem as palavras.

Há Palavras que Nos Beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperançar louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

Tuesday, December 28, 2010

Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa

(...)

O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José,
que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

(...)

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

(...)

Alberto Caeiro - Poema do Menino Jesus

Sunday, November 28, 2010

Travel Report - 2010

Paris - Le Louvre (Set. 2010)

Itália (Alessandria) - 10. Nov




Metro de Moscovo (Estação da Revolução)- Nov. 2010
Superstições russas...dizem que dá boa sorte passar a mão no focinho do cão. Eu não confirmo nem desminto, mas já que lá estava....

Moscovo - Praça Vermelha (Nov. 2010)



Frankfurt - 24 Novembro (Wehinachtsmarkt)



Este foi um ano de muitas viagens de trabalho (à semelhança de anos anteriores...;) e de muito pouca "inspiração artistica". Quem sabe o próximo ano trará algo de novo.
Por este ano, já está. Acima um "best of travels" das últimas viagens de 2010"!Ufa...

Thursday, November 18, 2010

Outra vez o Outono... agora em Itália







Já deu para perceber que gosto das cores desta estação do ano, não é? ;))
Fotos tiradas em Alessandria (Itália) no inicio deste mês

Tuesday, October 26, 2010

Made in Japan...com cortiça portuguesa



Design by Tetsuo Tonouchi
www.t-tono.com/

Cork & Design

Transcrição de artigo em:

http://www.portugalglobal.pt/PT/PortugalNews/Paginas/NewDetail.aspx?newId=%7b4FF792F5-8436-4FBC-9540-776D488F5435%7d

É leve e impermeável.
Ela flutua, não queima e é resistente à água. Não surpreendentemente, a cortiça tem sido utilizada desde os nossos antepassados (caixas de cortiça foram encontradas em destroços de antigos barcos de pesca portugueses) e nos últimos anos tem-se verificado a sua integração no mundo do design.
Seleccionada em 2007 pelo conceituado designer britânico Jasper Morrison para um conjunto de cadeiras da Vitra, a cortiça tornou-se “moda” e é hoje incorporada em sapatos, copos e num enorme leque de novidades.
Acredita-se que sobreiro desenvolve a sua espessura - a casca do sobreiro é a cortiça, uma matéria-prima não inflamável - como uma forma de protecção natural contra os incêndios. Conforme constatado por ancestrais produtores de vinho, a estrutura interna da cortiça (semelhante a uma espuma) confere ao material uma grande elasticidade, suportando assim grandes níveis de compressão e voltando posteriormente à sua forma original.
A versatilidade da cortiça inspirou o designer francês Martin Szekely a criar a Simple Boxes, uma colecção que esteve disponível na Gallerie Kreo em Paris no ano passado: uma secretária, módulos de arquivo e uma mesa de café que tiram proveito da “luz da cortiça e da sua textura suave”, realça o designer, "e sua capacidade de absorver choques físicos e acústicos”. Este factor de resistência ao impacto esteve na base da escolha da cortiça para elemento-chave do capacete de bicicleta de Kevin Goupil.
O designer suíço Tomas Kral reinventou a rolha de cortiça na série Nariz de Palhaço, tornando-a numa esfera de cortiça para vedar o gargalo de uma “carafe”. Os castiçais de cortiça e tablemats de Marie-Christine Dorner foram concebidos de forma a potenciar as qualidades materiais das superfícies adjacentes. De acordo com esta artista “a cortiça é óptima para combinar com outros materiais, como a porcelana e o metal”.
Por último, a resistência da cortiça ao calor fez com que fosse seleccionada para os candeeiros Float, de Benjamin Hubert. É um nome apropriado para as luzes que parecem mais leves que o próprio ar, devido à presença de uma matéria-prima mais leve do que a própria água.
In: Air France Madame Magazine

Saturday, October 16, 2010

Os Livros da Feira do Livro...

GÉNESE - António Ramos Rosa (Roma Editora)


(...)
"Sem caminho
nos flancos do que não há do que nunca poderá ser
a mão tornou-se o lábio do para-ser
e desliza sobre o lábio branco beija o puro beijo
de si própria para além de si enamoradamente branca"
(...)

PURO AMOR - Carlos Varela (Editora Tecto de Nuvens)
Excertos do poema "Saudade"
(...)
É o limbo das almas
O vão da longa espera
É cruel e não se cansa
De quem não chega é ânsia
O expoente da quimera
Ruina de quem não partiu
Torniquete, dama de ferro
É asa que de morte se feriu
Capítulo que não encerro
É o tempo que não passa
Relógio que empata o tempo
Tortura da cela de pedra
Que faz gelar o vento
(...)
É uma prensa de betão
É sonho que não sossega
Rosa que não chega a botão
Sermão que não se prega
É silêncio que ensurdece
É queimadura de frio
É lume que não aquece
Balão cheio de vazio
São memórias infinitas
Erva da terra de sal
Nas páginas, raras escritas
Reticências no final...
PEGADAS DE VENTO - Maria João Saraiva de Menezes - (Editora Tecto de Nuvens)
"Cada vez existem menos palavras"
Cada vez existem
menos palavras
Que será de mim
dentro do silêncio?
Que será do mundo
incomunicável
encarcerado?
Fecham-se,
pouco a pouco,
as vozes
do meu grito
do meu salto
Que será de mim
quando terminarem
as palavras?
(transcrição integral)
P.S:
Não é provável ir a uma Feira do Livro, por mais pequena que seja, e sair de lá sem trazer livros... Para mim, é algo praticamente impossível!!...
Acima os livros de poesia que comprei e alguns "trechos seleccionados" dos mesmos. O primeiro autor mais que conhecido (para mim, pelo menos) e os outros dois ilustres desconhecidos, uma descoberta...

ESCRITARIA - Penafiel





A par da Feira do Livro, está também a decorrer em Penafiel a 2ª edição "ESCRITARIA". Desta vez, o autor em destaque é Agustina Bessa Luís. A 1ª edição foi com José Saramago (mesmo a tempo de ainda o temos podido receber em Penafiel, uma honra eu diria).

Por toda a cidade, estão espalhados trechos de obras do autor em destaque, pequenas esculturas com citações, etc... Acima algumas fotos.

Feira do Livro em Penafiel


A Feira do Livro em Penafiel decorreu durante toda esta semana na Praça da República (também conhecida como Jardim dos Namorados)e termina já amanhã. Apesar de "pequenina", vale sempre a pena dar lá um saltinho... Eu fui lá hoje dar uma espreitadela e desanuviar!

Fica entre as traseiras da Biblioteca Municipal de Penafiel (acima) e o Jardim dos Namorados (abaixo).

Azulejos - Nazaré 2010

Só para acrescentar que o coração de barro que está no primeiro azulejo não foi feito por mim. Há que dizê-lo!
Estava espalhado pelo atelier da Casa Alcoa (Nazaré), onde pintei os azulejos. Quando o vi, parecia andar por lá perdido e resolvi "apropriar-me" dele ;)

Depois de alguma hesitação, a dona do atelier resolveu deixar-me colocá-lo no meu azulejo, após me ter chamado, com um característico sotaque francês: "rouba-corações"!

Azulejos





Acima o resultado da minha primeira "incursão" pela pintura de azulejos... Foram feitos na Nazaré, em Agosto deste ano, aquando das minhas férias lá. Acho que os azuis foram talvez inspirados pelo mar; aliás, o azul é curiosamente uma cor que uso muito pouco no quer que seja...

Thursday, October 14, 2010

Tuesday, September 28, 2010

Fall is coming




Esta é uma das coisas que não podemos contrariar: a Natureza.Por isso, é melhor darmos "alegremente" as boas-vindas ao Outono. Quem sabe ele não traz por aí um pouco de inspiração..!