(...)
"Sem caminho
nos flancos do que não há do que nunca poderá ser
a mão tornou-se o lábio do para-ser
e desliza sobre o lábio branco beija o puro beijo
de si própria para além de si enamoradamente branca"
(...)
Excertos do poema "Saudade"
(...)
É o limbo das almas
O vão da longa espera
É cruel e não se cansa
De quem não chega é ânsia
O expoente da quimera
Ruina de quem não partiu
Torniquete, dama de ferro
É asa que de morte se feriu
Capítulo que não encerro
É o tempo que não passa
Relógio que empata o tempo
Tortura da cela de pedra
Que faz gelar o vento
(...)
É uma prensa de betão
É sonho que não sossega
Rosa que não chega a botão
Sermão que não se prega
É silêncio que ensurdece
É queimadura de frio
É lume que não aquece
Balão cheio de vazio
São memórias infinitas
Erva da terra de sal
Nas páginas, raras escritas
Reticências no final...
"Cada vez existem menos palavras"
Cada vez existem
menos palavras
Que será de mim
dentro do silêncio?
Que será do mundo
incomunicável
encarcerado?
Fecham-se,
pouco a pouco,
as vozes
do meu grito
do meu salto
Que será de mim
quando terminarem
as palavras?
(transcrição integral)
P.S:
Não é provável ir a uma Feira do Livro, por mais pequena que seja, e sair de lá sem trazer livros... Para mim, é algo praticamente impossível!!...
Acima os livros de poesia que comprei e alguns "trechos seleccionados" dos mesmos. O primeiro autor mais que conhecido (para mim, pelo menos) e os outros dois ilustres desconhecidos, uma descoberta...
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