Crenças à parte, creio que este é um dos melhores sonetos qua alguma vez li. Sim, eu gosto particularmente de sonetos, penso que fruto de uma espécie de herança "genético-cultural" (?).
E não é que até parece fácil ser genial?;)
Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Amén.
Natália Correia
Wednesday, June 15, 2011
Saturday, April 16, 2011
Less is more
LESS IS MORE é uma máxima famosa de Mies van der Rohe, um dos grandes nomes do movimento BAUHAUS, no final dos anos 20.
Estava assim descrita na exposição da TRIENNALE em Milão há uns dias:
"Less is more" in an ode to simplicity, to profundity, and to a quest for the true essence of things."
P.S: Gostava de publicar aqui algumas fotos da Design Week - Feira do Móvel em Milão, mas não me é possível, devido a problemas técnicos... Fica para mais tarde.
Banda sonora deste post:
http://www.youtube.com/watch?v=I9cwz12wKD0 (Scout Niblett, Kiss)
Estava assim descrita na exposição da TRIENNALE em Milão há uns dias:
"Less is more" in an ode to simplicity, to profundity, and to a quest for the true essence of things."
P.S: Gostava de publicar aqui algumas fotos da Design Week - Feira do Móvel em Milão, mas não me é possível, devido a problemas técnicos... Fica para mais tarde.
Banda sonora deste post:
http://www.youtube.com/watch?v=I9cwz12wKD0 (Scout Niblett, Kiss)
Tuesday, March 22, 2011
ainda sobre a saudade...
Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
caminhando...
Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me louco
Podem gozar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de si mesmo.
Augusto Cury – O Vendedor de Sonhos
Que perdeu o medo de se perder
Estou certo de que sou imperfeito
Podem chamar-me louco
Podem gozar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos aos transeuntes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de si mesmo.
Augusto Cury – O Vendedor de Sonhos
Sunday, March 20, 2011
Poesia popular ou erudita?
O conceito de Nação
crioula ou outra qualquer
Cria no povo a ilusão
de paternal protecção
sem a questionar sequer
E este tempo global
Sem limites ou fronteiras
Torna a existência infernal
Num imenso carnaval
fruto de muitas asneiras
Mas nem tudo está perdido
Neste dito Mundo Novo
Se agirmos com sentido
Com um plano bem urdido
Daremos um rumo ao Povo
F. Vale
crioula ou outra qualquer
Cria no povo a ilusão
de paternal protecção
sem a questionar sequer
E este tempo global
Sem limites ou fronteiras
Torna a existência infernal
Num imenso carnaval
fruto de muitas asneiras
Mas nem tudo está perdido
Neste dito Mundo Novo
Se agirmos com sentido
Com um plano bem urdido
Daremos um rumo ao Povo
F. Vale
A lâmpada de Aladino
O título deste blog é um livro de Luis Sepúlveda que comprei há uns dias. Trata-se de um livro de contos, ao estilo próprio do autor, do qual deixo aqui algumas das partes que mais gostei.
“Na Amazónia aprendi que o furacão se pressente na pele e nos ossos.
-“…escrever, por exemplo, a noite está estrelada e tiritam, azuis, os astros lá ao longe”…
O furacão instalou-se com fúria sob a pele e entre os meus ossos.
Os olhos dela fixos nos meus pareciam uma segunda leitura dos versos de Neruda. Uma leitura de mulher: não ouvia o que eu dizia, mas o que sentia”
-“…O vento da noite gira à volta do céu e canta”…
(...)
“- As mãos são a única parte do corpo que não mente. Calor, suor, tremor e força. Essa é a linguagem das mãos – disse sem afastar os olhos das aves.
Abri-lhe os dedos e fi-los entrelaçarem-se nos meus. Senti o seu calor, suor, tremor e força.”
Conto “A ILHA”
"Dizem que era um libanês de barba cerrada e preta, que apareceu um dia carregando um misterioso fardo do qual ninguém podia aproximar-se e muito menos tocar, e um barril de azougue.
“Comportas-te como um mágico e não passas de um fabricante de espelhos”, disse-lhe alguém ao descobrir que o embrulho continha lâminas de vidro protegidas por jornais velhos.
“Sim, mas nos meus espelhos vê-se a parte boa das pessoas”, respondeu o libanês."
Conto "Hotel Z"
“Conversaram, lembraram-se de muitas coisas bonitas e esqueceram outras que mereciam ser esquecidas, porque a vida é assim. (…) O velho e o cão iam contentes, porque a vida é assim. (…) E, uma vez mais, naquela cabana de troncos trazidos de longuinquas cordilheiras se acendia a pequena chama do candeeiro da fortuna, porque a vida é assim.”
Conto “A CHAMA OBSTINADA DA SORTE”
E das músicas que inspiraram este post:
http://www.youtube.com/watch?v=g81NXjYmmHM - Moto Boy "Ride my wild heart"
http://www.youtube.com/watch?v=bjjc59FgUpg - Cinematic Orchestra – "To build a home"
“Na Amazónia aprendi que o furacão se pressente na pele e nos ossos.
-“…escrever, por exemplo, a noite está estrelada e tiritam, azuis, os astros lá ao longe”…
O furacão instalou-se com fúria sob a pele e entre os meus ossos.
Os olhos dela fixos nos meus pareciam uma segunda leitura dos versos de Neruda. Uma leitura de mulher: não ouvia o que eu dizia, mas o que sentia”
-“…O vento da noite gira à volta do céu e canta”…
(...)
“- As mãos são a única parte do corpo que não mente. Calor, suor, tremor e força. Essa é a linguagem das mãos – disse sem afastar os olhos das aves.
Abri-lhe os dedos e fi-los entrelaçarem-se nos meus. Senti o seu calor, suor, tremor e força.”
Conto “A ILHA”
"Dizem que era um libanês de barba cerrada e preta, que apareceu um dia carregando um misterioso fardo do qual ninguém podia aproximar-se e muito menos tocar, e um barril de azougue.
“Comportas-te como um mágico e não passas de um fabricante de espelhos”, disse-lhe alguém ao descobrir que o embrulho continha lâminas de vidro protegidas por jornais velhos.
“Sim, mas nos meus espelhos vê-se a parte boa das pessoas”, respondeu o libanês."
Conto "Hotel Z"
“Conversaram, lembraram-se de muitas coisas bonitas e esqueceram outras que mereciam ser esquecidas, porque a vida é assim. (…) O velho e o cão iam contentes, porque a vida é assim. (…) E, uma vez mais, naquela cabana de troncos trazidos de longuinquas cordilheiras se acendia a pequena chama do candeeiro da fortuna, porque a vida é assim.”
Conto “A CHAMA OBSTINADA DA SORTE”
E das músicas que inspiraram este post:
http://www.youtube.com/watch?v=g81NXjYmmHM - Moto Boy "Ride my wild heart"
http://www.youtube.com/watch?v=bjjc59FgUpg - Cinematic Orchestra – "To build a home"
Feliz dia do pai
Para o meu, a escolha foi fácil, porque não podería ser outra: o último livro de José Saramago - "As intermitências da morte", acompanhado de uma dedicatória, também ela algo intemitente.
19.03.11
Sobre a morte não sabemos nada. Ou muito pouco. Apenas que é o fim da existência física.
Sobre a vida…temos o poder e a responsabilidade solitária de decidir o que fazer com ela. É essa liberdade de pensamento (ou “livre arbítrio”, como lhe têm chamado alguns filósofos…) que nos difere uns dos outros e dos ditos animais irracionais.
Porque a vida é muito mais “como a vemos” do que a realidade em si própria, então porque é que não escolhemos sempre “ver a vida feliz” e nos deixamos de intermitências?...
P.S: Saramago sempre surpreendente nas dedicatórias dos livros a Pilar (ser-se simples e genial, até parece fácil...),curtíssimas, mas de uma intensidade arrebatadora:
"A Pilar, como se dissesse água"
"A Pilar, minha casa"
"A Pilar, os dias todos"
19.03.11
Sobre a morte não sabemos nada. Ou muito pouco. Apenas que é o fim da existência física.
Sobre a vida…temos o poder e a responsabilidade solitária de decidir o que fazer com ela. É essa liberdade de pensamento (ou “livre arbítrio”, como lhe têm chamado alguns filósofos…) que nos difere uns dos outros e dos ditos animais irracionais.
Porque a vida é muito mais “como a vemos” do que a realidade em si própria, então porque é que não escolhemos sempre “ver a vida feliz” e nos deixamos de intermitências?...
P.S: Saramago sempre surpreendente nas dedicatórias dos livros a Pilar (ser-se simples e genial, até parece fácil...),curtíssimas, mas de uma intensidade arrebatadora:
"A Pilar, como se dissesse água"
"A Pilar, minha casa"
"A Pilar, os dias todos"
Sunday, March 13, 2011
O livre arbítreo
Um homem é dotado de livre arbítrio e de três maneiras: em primeiro lugar, era livre quando quis esta vida; agora não pode evidentemente rescindi-la, pois ele não é o que a queria outrora, excepto na medida em que completa a sua vontade de outrora, vivendo.
Em segundo lugar, é livre pelo facto de poder escolher o caminho desta vida e a maneira de o percorrer.
Em terceiro lugar, é livre pelo facto de, na qualidade daquele que vier a ser de novo um dia, ter a vontade de se deixar ir, custe o que custar, através da vida e de chegar assim a ele próprio, e isso por um caminho que pode sem dúvida escolher, mas que, em todo o caso, forma um labirinto tão complicado que toca nos menores recantos desta vida.
Franz Kafka, in "Meditações"
BANDA SONORA DESTE POST: Porstishead - ROADS
http://www.youtube.com/watch?v=Vg1jyL3cr60
Em segundo lugar, é livre pelo facto de poder escolher o caminho desta vida e a maneira de o percorrer.
Em terceiro lugar, é livre pelo facto de, na qualidade daquele que vier a ser de novo um dia, ter a vontade de se deixar ir, custe o que custar, através da vida e de chegar assim a ele próprio, e isso por um caminho que pode sem dúvida escolher, mas que, em todo o caso, forma um labirinto tão complicado que toca nos menores recantos desta vida.
Franz Kafka, in "Meditações"
BANDA SONORA DESTE POST: Porstishead - ROADS
http://www.youtube.com/watch?v=Vg1jyL3cr60
Sunday, March 6, 2011
Das despedidas...
As despedidas são sempre difíceis.
Eu não gosto de dizer adeus, prefiro dizer até qualquer dia…
Porque mesmo quando sabemos que não vamos ver/ter mais essa(s) pessoa(s), o sentimento que fica é mais reconfortante…
Não que eu seja avessa às despedidas, acho que algumas são mesmo necessárias e inevitáveis. São, muitas vezes,o que nos empurra mais para a frente!
Hoje, ao rebuscar os meus arquivos pessoais (acho que já tinha dito aqui o quanto eu não gosto dos meus Domingos…), encontrei as quadras que os meus ex-colegas me fizerem quando deixei o meu primeiro emprego, em 2005, ao fim de 6 anos.
Não, as quadras não são brilhantes, mas o valor que têm (para mim, naturalmente!) está muito para além da métrica perfeita ou do valor literário.
Abaixo alguns excertos.
(…)
É com tranças no olhar
E muita cor no sorriso
Que a Emília nos vai deixar
Ao encontro do seu paraíso
O seu toque de bom senso
E equilíbrio quanto baste
Reúne em nós um consenso
Que não há partida que desgaste
Deixa-nos sorrisos contidos
E um olhar paciente
Mas também dores nos ouvidos
De uma gargalhada estridente
(…)
Para a divulgação do Faísca
Trabalhou com tal afinco
Que hoje não há quem resista
A chamar-lhe Tenaz de 25
Foram muitas as viagens
E as horas de avião…
Foi preciso ter coragem
P’ra ouvir tanta reclamação
(…)
Eu não gosto de dizer adeus, prefiro dizer até qualquer dia…
Porque mesmo quando sabemos que não vamos ver/ter mais essa(s) pessoa(s), o sentimento que fica é mais reconfortante…
Não que eu seja avessa às despedidas, acho que algumas são mesmo necessárias e inevitáveis. São, muitas vezes,o que nos empurra mais para a frente!
Hoje, ao rebuscar os meus arquivos pessoais (acho que já tinha dito aqui o quanto eu não gosto dos meus Domingos…), encontrei as quadras que os meus ex-colegas me fizerem quando deixei o meu primeiro emprego, em 2005, ao fim de 6 anos.
Não, as quadras não são brilhantes, mas o valor que têm (para mim, naturalmente!) está muito para além da métrica perfeita ou do valor literário.
Abaixo alguns excertos.
(…)
É com tranças no olhar
E muita cor no sorriso
Que a Emília nos vai deixar
Ao encontro do seu paraíso
O seu toque de bom senso
E equilíbrio quanto baste
Reúne em nós um consenso
Que não há partida que desgaste
Deixa-nos sorrisos contidos
E um olhar paciente
Mas também dores nos ouvidos
De uma gargalhada estridente
(…)
Para a divulgação do Faísca
Trabalhou com tal afinco
Que hoje não há quem resista
A chamar-lhe Tenaz de 25
Foram muitas as viagens
E as horas de avião…
Foi preciso ter coragem
P’ra ouvir tanta reclamação
(…)
No coração, talvez...
No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis
Les Misérables
Toda a gente há-de ter notado o gosto que têm os gatos de parar e andar a passear entre os dois batentes de uma porta entreaberta. Quem há aí que não tenha dito a algum gato: «Vamos! Entras ou não entras?»
Do mesmo modo, há homens que num incidente entreaberto diante deles, têm tendência para ficar indecisos entre duas resoluções, com o risco de serem esmagados, se o destino fecha repentinamente a aventura. Os prudentes em demasia, apesar de gatos ou porque são gatos, correm algumas vezes maior perigo do que os audaciosos.
Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'
Do mesmo modo, há homens que num incidente entreaberto diante deles, têm tendência para ficar indecisos entre duas resoluções, com o risco de serem esmagados, se o destino fecha repentinamente a aventura. Os prudentes em demasia, apesar de gatos ou porque são gatos, correm algumas vezes maior perigo do que os audaciosos.
Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'
Thursday, February 24, 2011
Wednesday, February 23, 2011
O sonho comanda a vida
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança
naquilo que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama, 1953.
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança
naquilo que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama, 1953.
Friday, February 18, 2011
Thursday, January 27, 2011
evitemos a morte em doses suaves...
"Quem morre?
Morre lentamentequem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamentequem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja,quem não lê,quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maiorque o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."
Pablo Neruda
Morre lentamentequem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamentequem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja,quem não lê,quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maiorque o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."
Pablo Neruda
about cork
Wednesday, January 26, 2011
Da saudade...
Foram já muitos os que se escreveram sobre este tema, que tentaram definir esta palavra tão nossa, às vezes de dificil compreensão e sobretudo de expressão.
Esta é uma das minhas favoritas:
“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
Clarice Lispector
Hoje tive saudades dos meus tempos da Universidade em Braga...
Abaixo uma música que marcou esse periodo,entre muitas outras...;)- Morcheeba - Howling
http://www.youtube.com/watch?v=7EDbZ2E5Xx0
Esta é uma das minhas favoritas:
“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
Clarice Lispector
Hoje tive saudades dos meus tempos da Universidade em Braga...
Abaixo uma música que marcou esse periodo,entre muitas outras...;)- Morcheeba - Howling
http://www.youtube.com/watch?v=7EDbZ2E5Xx0
Tuesday, January 25, 2011
"Aren't we all special in a way?"
O título deste post é a pergunta retórica com que terminou hoje uma conversa minha com uma pessoa que me falou da sua filha "especial" (ou com as ditas "necessidades especiais") e me fez lembrar de um filme, também ele especial, e que retrata a "diferença" de uma forma particularmente especial- Forrest Gump.
Acima uma "foto especial" - about small special things in Nature)- tirada na Praia de S. Jacinto (Aveiro 2009)
Thursday, January 20, 2011
"Relatório de Leitura" - Caim
Saramago afirma que a história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende nem nós o entendemos a ele.
Dizem os sensatos que a verdade/razão nunca está toda do mesmo lado, ou... "there's two sides to every coin"!
"(...) Como tu foste livre para deixar que eu matasse Abel, quando estava na tua mão evitá-lo, bastaria que por um momento abandonasses a soberba da infalibilidade que partilhas com outros deuses, bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso, que aceitasses a minha oferenda com humildade, só porque não deverias atrever-te a recusá-la, os deuses, e tu como todos os outros, têm dever para com aqueles que dizem ter criado. (...)"
Também gosto de alguns apontamentos de humor sarcástico ao longo do livro.
"(...) Naquele exacto momento, em meio de um trovão ensurdecedor e dos correspondentes relâmpagos pirotécnicos, o senhor manifestou-se. Vinha de fato de trabalho, sem os luxos vestimentários com que reduzia à obediência imediata aqueles a quem pretendia impressionar sem ter de recorrer à dialéctica divina. (...)"
Aconselho a leitura a todos, independentemente de credos e crenças!
Dizem os sensatos que a verdade/razão nunca está toda do mesmo lado, ou... "there's two sides to every coin"!
"(...) Como tu foste livre para deixar que eu matasse Abel, quando estava na tua mão evitá-lo, bastaria que por um momento abandonasses a soberba da infalibilidade que partilhas com outros deuses, bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso, que aceitasses a minha oferenda com humildade, só porque não deverias atrever-te a recusá-la, os deuses, e tu como todos os outros, têm dever para com aqueles que dizem ter criado. (...)"
Também gosto de alguns apontamentos de humor sarcástico ao longo do livro.
"(...) Naquele exacto momento, em meio de um trovão ensurdecedor e dos correspondentes relâmpagos pirotécnicos, o senhor manifestou-se. Vinha de fato de trabalho, sem os luxos vestimentários com que reduzia à obediência imediata aqueles a quem pretendia impressionar sem ter de recorrer à dialéctica divina. (...)"
Aconselho a leitura a todos, independentemente de credos e crenças!
Sunday, January 16, 2011
A Luz e a Sombra
O titulo deste post dá nome a um livro que ando a ler.
Existe muita balela nos chamados livros de auto-ajuda ou também classificados como desenvolvimento pessoal, é verdade; mas é igualmente certo, em minha opinião, que também existe muita informação que faz sentido e que nos pode ser útil. Claro que isto depende sempre da perspectiva de quem lê e de como interpreta o que lê.
Nunca consigo ler um livro deste género de uma assentada só, leio sempre em paralelo entre um romance ou um ensaio, whaterever!... Gosto de ir lendo um bocado aqui e outro ali, não necessariamente pela ordem que está escrito, e ir sublinhando algumas frases (que depois vou relendo aleatoriamente...manias;)
Ainda só vou na 1ª parte, escrita por Deepak Chopra (porque este livro tem 3 partes, cada uma escrita por autores diferentes), que, segundo o autor, "nos dá uma perspectiva global da nossa natureza dualista", entre a Luz e a Sombra.
A Sombra, descrita por Jung (o mais conhecido depois de Freud!), é um "parceiro para treinar boxe"; é o oponente dentro de nós que expõe as nossas falhas e aguça as nossas capacidades. Este livro apresenta a SOMBRA (ou o lado lunar, como lhe chamou Rui Veloso), não como um inimigo ou um problema que tem que ser resolvido, mas como um "campo fértil a ser cultivado".
"Quando enterramos as mãos em seu solo rico, descobrimos as sementes de quem mais desejamos ser"
Fica abaixo um excerto de uma passagem escrita por Chopra, intitulada "Passo 2: Soltar-se e Largar"
(...) a negatividade é pegajosa. Ela agarra-se a nós como nós nos agarramos a ela. Esta aderência é um mecanismo de sobrevivência. Os sentimentos acham-se no direito de existir. Tal como nós, as emoções justificam a sua existência. Elas propõem razões; constroem uma história convincente.
Porém, apesar de tudo isto, podemos largar a negatividade sabendo como proceder. O processo começa pelo reconhecimento dos nossos sentimentos, por mais indesejados que sejam, e trazendo-os à superfície." (...)
Existe muita balela nos chamados livros de auto-ajuda ou também classificados como desenvolvimento pessoal, é verdade; mas é igualmente certo, em minha opinião, que também existe muita informação que faz sentido e que nos pode ser útil. Claro que isto depende sempre da perspectiva de quem lê e de como interpreta o que lê.
Nunca consigo ler um livro deste género de uma assentada só, leio sempre em paralelo entre um romance ou um ensaio, whaterever!... Gosto de ir lendo um bocado aqui e outro ali, não necessariamente pela ordem que está escrito, e ir sublinhando algumas frases (que depois vou relendo aleatoriamente...manias;)
Ainda só vou na 1ª parte, escrita por Deepak Chopra (porque este livro tem 3 partes, cada uma escrita por autores diferentes), que, segundo o autor, "nos dá uma perspectiva global da nossa natureza dualista", entre a Luz e a Sombra.
A Sombra, descrita por Jung (o mais conhecido depois de Freud!), é um "parceiro para treinar boxe"; é o oponente dentro de nós que expõe as nossas falhas e aguça as nossas capacidades. Este livro apresenta a SOMBRA (ou o lado lunar, como lhe chamou Rui Veloso), não como um inimigo ou um problema que tem que ser resolvido, mas como um "campo fértil a ser cultivado".
"Quando enterramos as mãos em seu solo rico, descobrimos as sementes de quem mais desejamos ser"
Fica abaixo um excerto de uma passagem escrita por Chopra, intitulada "Passo 2: Soltar-se e Largar"
(...) a negatividade é pegajosa. Ela agarra-se a nós como nós nos agarramos a ela. Esta aderência é um mecanismo de sobrevivência. Os sentimentos acham-se no direito de existir. Tal como nós, as emoções justificam a sua existência. Elas propõem razões; constroem uma história convincente.
Porém, apesar de tudo isto, podemos largar a negatividade sabendo como proceder. O processo começa pelo reconhecimento dos nossos sentimentos, por mais indesejados que sejam, e trazendo-os à superfície." (...)
Sunday Butterfly
ilustração "Butterfly"
em: www.freya-art.com
em: www.freya-art.com
Não deixem de visitar (compras on-line disponiveis). Tem ilustrações muito giras, postais, etc!
Monday, January 3, 2011
Apresentação oficial Alma Gémea - Set. 2009
Alma Gémea
Dei-me agora conta de uma falha gravissima: como é que eu ainda não postei nada no meu próprio blog (que nasceu por causa da cortiça, leia-se) sobre a colecção ALMA GÉMEA - www.alma-gemea.net - que une a cortiça à faiança numa interpretação contemporânea, e no qual eu estive directamente envolvida. Isto é simplesmente imperdoável! ;)
Esta colecção é resultante de uma parceria de duas empresas nacionais, lideres no seus sectores - cortiça (Amorim Cork Composites) e faiança (Matceramica) e tem tido um enorme sucesso, desde o seu lançamento no mercado em inicio de 2010. Foi seleccionada para estar à venda no MoMA (Museum of Modern Art), em Nova Iorque, no âmbio do evento "Destination Portugal", tendo ficado posteriormente, devido ao imenso êxito que teve, no catálogo do MoMA e à venda na MoMA Store on-line.
Em Portugal, está já à venda em vários pontos de referência, a saber:
Lisboa – Alma Lusa (aeroporto de Lisboa e Baixa), Temperamento
Setúbal - Fugas Lusas
Oeiras - O Manjar dos Poetas
Porto – Fundação de Serralves, Portosigns e Mundano Objectos
Faro – Feitoria (aeroporto de Faro e loja online)
Nota: brevemente estará também nas lojas da Pelcor (www.pelcor.pt ), na Baixa Lisboeta e em S. Brás de Alportel, no Algarve, bem como no Douro, na loja da Quinta Nova, na estação de comboios do Pinhão (http://www.quintanova.com/).
Sunday, January 2, 2011
Leituras 2010
É da prache, no final de cada ano, fazerem-se "balanços" das mais variadas coisas... Neste caso, apeteceu-me fazer um balanço das minhas leituras de 2010, aproveitando a onda de organização da estante ;)
Pois, parece que já lá vão os tempos em que eu devorava livros.Este ano a média ficou-se por um livro por mês. Abaixo o resumo dos livros lidos, leituras em curso e leituras na calha (ou seja,livros na prateleira à espera de vez /tempo/vontade...). Desde criança que adoro ler e continuo a gostar muito de ler, mas nem sempre tenho o tempo e disponibilidade suficientes para o fazer.
Gosto de ler vários tipos de livros, como podem ver pela heterogeneidade da lista abaixo, previligiando sempre a nossa língua (também gosto de ler em inglês e, desde há um par de anos, iniciei-me igualmente nas leituras em castelhano). Nesta área, sou bastante eclética, usando um adjectivo que parece que está na moda...
P.S.: Se a coisa correr bem, partilharei convosco algumas passagens favoritas dós últimos melhores livros lidos, em posts posteriores... a ver vamos... ;)
1 - Auto-Retrato do Escritor - Haruki Murakami
2 - Aldeia de Pedra – Xiaolu Guo
3 - Sputnik, Meu Amor - Haruki Murakami
4 - A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol - Haruki Murakami
5 - Seja Líder de si próprio – Augusto Cury
6 - Confiança instantânea – Paul McKenna
7 - Meditações – Franz Kafka
8 - Brida – Paulo Coelho
9 - Ensaios de Amor – Alain de Botton
10 - Um grito de amor desde o centro do mundo – Kiyuchi Katayama
11- O Caderno 2 – José Saramago
12 - Eat. Pray. Love – Elizabeth Gilbert (versão original) **em curso**
13 - A Luz e a Sombra – Deepak Chopra, Debbie Ford, Marianne Williamson **em curso**
14 – Meno male ché si se – (versão original em italiano).
Nota: Este livro foi comprado num quiosque da estação central de comboios em Bologna, para ler durante a viagem que fiz com destino a já não me lembro onde, tipo já que estou em Itália, deixa lá ler qualquer coisa na língua de Dante… e até se lia bem (escrita simples), mas de facto mau demais p’ra ser lido até ao fim;… que me desculpe a senhora italiana que o escreveu.
15 – Que cavalos são aqueles que fazem sobra no mar – António Lobo Antunes
Nota: Deste livro, só li acho que umas 30-40 páginas, porque o livro está escrito de uma forma algo “estranha”, com a qual não me consegui sintonizar, apesar de algum esforço… poderei ter passado/estar a passar ao lado de uma obra-prima, mas continua lá parado na estante, no meio de tantos outros…
“Na prateleira”, em lista de espera, os que se seguem…
Pois, parece que já lá vão os tempos em que eu devorava livros.Este ano a média ficou-se por um livro por mês. Abaixo o resumo dos livros lidos, leituras em curso e leituras na calha (ou seja,livros na prateleira à espera de vez /tempo/vontade...). Desde criança que adoro ler e continuo a gostar muito de ler, mas nem sempre tenho o tempo e disponibilidade suficientes para o fazer.
Gosto de ler vários tipos de livros, como podem ver pela heterogeneidade da lista abaixo, previligiando sempre a nossa língua (também gosto de ler em inglês e, desde há um par de anos, iniciei-me igualmente nas leituras em castelhano). Nesta área, sou bastante eclética, usando um adjectivo que parece que está na moda...
P.S.: Se a coisa correr bem, partilharei convosco algumas passagens favoritas dós últimos melhores livros lidos, em posts posteriores... a ver vamos... ;)
1 - Auto-Retrato do Escritor - Haruki Murakami
2 - Aldeia de Pedra – Xiaolu Guo
3 - Sputnik, Meu Amor - Haruki Murakami
4 - A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol - Haruki Murakami
5 - Seja Líder de si próprio – Augusto Cury
6 - Confiança instantânea – Paul McKenna
7 - Meditações – Franz Kafka
8 - Brida – Paulo Coelho
9 - Ensaios de Amor – Alain de Botton
10 - Um grito de amor desde o centro do mundo – Kiyuchi Katayama
11- O Caderno 2 – José Saramago
12 - Eat. Pray. Love – Elizabeth Gilbert (versão original) **em curso**
13 - A Luz e a Sombra – Deepak Chopra, Debbie Ford, Marianne Williamson **em curso**
14 – Meno male ché si se – (versão original em italiano).
Nota: Este livro foi comprado num quiosque da estação central de comboios em Bologna, para ler durante a viagem que fiz com destino a já não me lembro onde, tipo já que estou em Itália, deixa lá ler qualquer coisa na língua de Dante… e até se lia bem (escrita simples), mas de facto mau demais p’ra ser lido até ao fim;… que me desculpe a senhora italiana que o escreveu.
15 – Que cavalos são aqueles que fazem sobra no mar – António Lobo Antunes
Nota: Deste livro, só li acho que umas 30-40 páginas, porque o livro está escrito de uma forma algo “estranha”, com a qual não me consegui sintonizar, apesar de algum esforço… poderei ter passado/estar a passar ao lado de uma obra-prima, mas continua lá parado na estante, no meio de tantos outros…
“Na prateleira”, em lista de espera, os que se seguem…
- Caim – José Saramago
(deste já li a dedicatória a Pilar del Río– “A pilar, como se dissesse água”, a citação da Bíblia (Hebreus, 11, 4),que o autor descreve como o Livro dos Disparates, bem como a 1ª frase do livro: “Quando o senhor, também conhecido como deus…”) - Haruki Murakami - O Elefante evapora-se
- Blink – Malcolm Gladwell
- A Bruxa de Portobello – Paulo Coelho
- La Sombra del Viento – Carlos Ruiz Zafón (versão original)
- The Museum of Innocence - Orhan Pamuk (traduzido para inglês)
- Como o acaso comanda as nossas vidas – Stefan Klein
- Sabor a canela – José Carlos Carmona(versão original)
- Cuentos de los días raros – José Maria Merino (versão original)
Presépios originais
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